Estação de Moeda em 3D

Esse projeto contempla a restauração da Estação de Moeda e revitalização de seu perímetro de entorno, com uma integração harmônica dos equipamentos urbanos com a paisagem já edificada ao redor, que realçará e valorizara o centro da cidade. A história da Estação Ferroviária de Moeda é parte integrante da memória coletiva do município e, consequentemente, da história de Minas Gerais e do Brasil por se constituir como parte do patrimônio ferroviário nacional.

A edificação da Estação Ferroviária se configura como elemento referencial e polarizador na paisagem urbana de Moeda. Expressão da Arquitetura Eclética da primeira metade do século XX, a edificação se eleva à categoria de monumento histórico inserido na paisagem urbana, patrimônio cultural do Município de Moeda.

O Conjunto que é alvo da proteção para a preservação se constitui da edificação da Estação Ferroviária de Moeda, os Jardins, a Plataforma de Embarque isolada e o Chafariz. Destacam-se também a arborização ao longo da porção voltada para a avenida do Comércio; as escadas de acesso à estação a partir da mesma avenida e outros.

A edificação da Estação foi inaugurada em 1919, dois anos depois da abertura da linha do Paraopeba, e reflete todo o espírito da época marcada pelo Ecletismo na arquitetura.

A Estação Ferroviária de Moeda pertence um conjunto de estações que se tornou a expressão mais genuína do gosto eclético da época. A solução abriga modenatura lançada numa referência aos chalés europeus, mas com tratamento almofadado, numa releitura do neoclássico. Os frisos em massa, que compõem as sobrevergas e molduras nos vãos, preconizam o art deco, juntamente com a solução de telhado dos chalés. E a conformação da cobertura da plataforma de embarque em estrutura metálica certamente não apenas “justapunha aos maciços de alvenaria, sem integração plástica”, como afirmou da Silva, mas, ao contrário, compõe o conjunto de forma harmoniosa e, mesmo, graciosa, não só no apoio a partir da modenatura na alvenaria das paredes mas também no apoio ao forro de madeira do telhado que coroa todo o conjunto.

A edificação, com partido retangular, obedece ao padrão rígido das especificações técnicas, da época dos primórdios da linha férrea, na sua solução em planta e na sua implantação e localização, Tais padrões vão figurar em todas as estações da época. Em compensação se liberta no tratamento estético que remete aos chalés europeus, vertente do ecletismo que vai experimentar seu maior momento nas décadas vindouras quando é consagrada em soluções residenciais.

A fachada Norte se constitui hoje o principal acesso à edificação. Ela é marcada pela modenatura em colunas almofadadas em argamassa nas extremidades e apenas uma portada central. Destaca-se a sinalização com o nome da cidade presente no frontão em alvenaria. A fachada Sul é bem semelhante mas apresenta dois conjuntos de duas janelas.

A fachada Oeste é a de menor visibilidade. É voltada para o Pátio de Manobras e são ambos abrigados pelo “paredão” resultante do corte para nivelar o terreno. Apresenta a mesma modenatura presente nas outras fachadas e três janelas na porção norte e um conjunto de porta e janela na porção sul. A fachada é interrompida por m bloco edificado posteriormente para abrigar instalações sanitárias. Tal ação compromete a leitura da fachada como um todo e compromete sua harmonia estética. Salienta-se que o conjunto de porta e janela se constitui o acesso ao Pátio de Manobras a partir da sala do Agente.

A fachada Leste apresenta o tratamento mais apurado. Abriga a Plataforma de Embarque principal e conta com acesso ou porta a partir de todas as salas. As portas recebem sinalização indicativa como Agência e Armazém. Outras placas incluem uma sobre uma janela com o nome da localidade e duas que indicam a quilometragem e a altitude da cidade. O conjunto de janelas e portas é extremamente harmônico e recebe tratamento uniforme com relação a todas as fachadas. Vãos em verga reta com moldura em argamassa que aparenta uma falsa verga em arco abatido. Destacam-se também nesta fachada, as estruturas metálicas em mão francesa que recebem o avanço do telhado para conformar a Plataforma. Lançadas com apuro e maestria conformam um conjunto harmonioso com o bloco de alvenaria e o forro em madeira que se estende aos beirais do telhado em quatro águas e telhas de barro do tipo francesa.

Os Jardins apresentam traçado neoclássico e se acoplam à edificação principal na porção lateral numa referência à solução adotada nas edificações residências que resultaram na transferência da porta principal de acesso para a lateral da edificação e não mais na frente. A solução dá um ar romântico e ‘caseiro’ à edificação que vem representar o avanço tecnológico e a modernidade. Os jardins laterais estão presentes de forma marcante em toda a arquitetura residência de inspiração eclética da época.

A plataforma de embarque e desembarque isolada foi implantada estratégica e convenientemente e tem piso elevado do solo e cobertura em telhado e barro do tipo francesa e engradamento em madeira sobre vigas e postes metálicos. Os postes metálicos são assentes ao chão com revestimento em alvenaria até a altura de 50cm, sobem e abrem em duas vigas que vão abrigar a estrutura em madeira que vai conformar o telhado em duas águas de telha francesa. As extremidades têm acesso com longas rampas em cimento o piso é em paralelepípedo com moldura em pedra.

O Chafariz fica no passeio da avenida do Comércio. Constitui-se de torre com seção quadrada em alvenaria com coroamento piramidal. A bica se constitui de tubo de 80mm de bitola, em ferro com curva para baixo. Tem revestimento em argamassa pintada.